Projeto Escrita Criativa Entrevista #2: Soraya Abuchaim
Vamos conhecer o trabalho de mais uma escritora? |
Hoje trazemos a segunda entrevista do Projeto Escrita Criativa, desta vez com a diva do suspense e terror, Soraya Abuchaim.
Projeto Escrita Criativa: Como foi que você começou a escrever? Quando decidiu encarar a escrita como profissão?
Soraya Abuchaim: Comecei escrevendo contos em meu blog literário. No começo era um bicho de sete cabeças, mas logo as histórias curtas foram ganhando forma. Eu tinha o sonho de escrever um livro, mas não imaginava que fosse capaz. Após encarar um projeto de escrita com outra autora, comecei a entender como desenvolver uma história e, de um conto, acabou saindo meu primeiro livro. Desde então não consegui mais parar de criar histórias. Comecei a encarar como profissão a partir do lançamento desse livro e da conquista do público leitor.
PEC: Quem são os autores que te influenciam? Eles aparecem de alguma forma na sua obra? Como?
SA: Minha principal influência é o Stephen King, embora eu deva dizer que tudo o que eu já li até hoje, de certa forma, me ajuda a escrever. O King aparece nas minhas obras com as referências e elementos do suspense / terror que tanto admiro em sua escrita e faço o possível para usar. E também na forma de escrever, especialmente porque uso muito o estilo descritivo dele.
Soraya e dois dos seus livros, A vila dos pecados e Até eu te possuir. |
PEC: O que você está lendo no momento? Qual o livro que marcou a sua vida como leitora?
SA: Estou lendo Serial Killers, da Darkside, mais como estudo para o quarto livro que estou escrevendo, e ainda sem data para lançamento, porque recém finalizei o terceiro, que se chama Pelo sangue que nos une e será lançado no começo de 2018.
PEC: Como é o seu processo de escrita? Você tem alguma rotina/mania ao escrever? Você tem alguma dica de ouro para este momento?
SA: Eu não tenho um processo definido. Escrevo em qualquer lugar, até no celular, e não costumo elaborar grandes roteiros da história, prefiro deixá-la me levar em seu curso, acho que isso enriquece o texto. A única coisa que faço quando começo uma nova história é um esqueleto dos capítulos, apenas para eu me situar, mas não costumo seguir até o final, tampouco engesso a quantidade de capítulos que o livro terá ou quantidade de palavras. A minha rotina é tentar escrever pelo menos um pouco a cada dia. Se for acompanhado de um vinho, melhor ainda (risos). A maior dica que posso dar é para que os escritores deixem a escrita fluir, não se preocupando tanto com os modelos que ditam por aí. Eles podem até ajudar, mas o ideal é que cada um descubra o que funciona para si.
PEC: Como você vê o papel da mulher na literatura, seja como personagem, seja como autora?
SA: Eu acho que a mulher tem um papel importante na literatura, tanto como autora quanto personagem. Como autora, especialmente em determinados gêneros literários, a mulher quebrou a barreira do tabu, libertando sua vontade sem se importar com julgamentos. Como personagem, desmistifica-se a ideia de que heróis são homens e que as mulheres são muito frágeis, embora haja personagens mulheres com certa fragilidade que também inspiram admiração. Acho que a mulher possui facetas múltiplas a serem exploradas, como heroínas ou vilãs.
PEC: Aproveitando que o assunto é mulher na literatura, como você faz para lidar com as múltiplas funções que tem que exercer (seja como esposa, mãe, na sua carreira etc.)? Como você consegue organizar a sua agenda?
SA: Na verdade não organizo nada (risos). Eu tento estabelecer horários para tudo, senão fico maluca. Dedico-me à família, à minha filha, faço academia, trabalho fora e escrevo. Mas no fim tudo se ajeita, porque o segredo é fazer com amor.
PEC: Como foi para você escrever e publicar seu primeiro livro? Você notou uma grande diferença entre o primeiro e os demais?
SA: Foi a realização de um sonho, é quase surreal. Desde lá, eu percebo que tenho aprimorado a escrita, o que é bom, estranho seria se fosse diferente. A prática vai levando à melhoria contínua, por isso o escritor nunca deve parar.
PEC: O Brasil é um país em que as pessoas costumam ler pouco. Qual é o papel da comunicação entre escritor e leitor via Internet? Você acredita que essa interação ajude a formar novos leitores?
SA: A internet hoje é fundamental para ligar o autor ao leitor e ajudar a divulgá-lo. E não apenas isso. O brasileiro estava acostumado a ver os autores estrangeiros como “deuses” intocáveis e, agora, com a ascensão da literatura nacional, eles estão adorando a ideia de estar próximo dos escritores, conhecer sua rotina, acompanhar os trabalhos de perto e até saber de novidades. Para o autor também é muito gratificante.
PEC: Como você vê o mercado para os autores nacionais? Quais dicas você daria para o autor que quer ver o seu trabalho publicado?
SA: A literatura nacional tem crescido a olhos vistos, mas ainda temos a competição quase desleal com os estrangeiros. Ainda assim, sou bastante otimista com o cenário nacional. Para quem quer publicar seu trabalho, dou duas dicas: cuidado com editoras que só querem seu dinheiro sem dar nada em troca e tenha paciência e perseverança, porque o caminho é espinhoso, mas muito compensador, principalmente se você escreve com amor.
PEC: Você escrever muito terror e suspense. Como é isso para você? Você não tem vontade de escrever outro tipo de texto? Como você acha que seria a receptividade do seu público?
SA: Eu leio terror e suspense desde que me conheço por gente, apesar de gostar de outros gêneros, então foi sempre muito natural partir para esse lado. Tenho um projeto de romance (drama na verdade) com a Ge Benjamin que irá ser diferente de tudo que já escrevi, e eu creio que a receptividade será boa, porque muitos dos meus leitores também adoram outros gêneros.
PEC: Qual é a sua opinião sobre os influenciadores digitais? Já fez ou pensou em fazer parceria? Caso a resposta seja sim, como foi a experiência, deu resultado?
SA: Acho que hoje, os influenciadores digitais são de suma importância para a divulgação e inserção nas mídias sociais. Ainda não tive o prazer de firmar parceria com nenhum ainda por falta de oportunidade, mas espero conseguir em breve.
PEC: Por falar nisso, você tem usado as redes sociais para fortalecer a rede de escritores nacionais. Você pode falar um pouco sobre os seus projetos literários que não é, necessariamente, a escrita?
SA: Eu sou bastante ativa nas redes sociais porque parto do princípio de que você precisa ser visto e lembrado. Tenho projetos literários de podcast de terror e entrevistas com outros autores para que a literatura seja cada vez mais conhecida, além de participar de antologias como prefaciadora e organizadora, bem diferente de escritora e bastante satisfatório. Além disso, trabalho com leitura crítica e revisão, auxiliando autores a desenvolverem seus trabalhos.
PEC: Qual foi o livro mais desafiador que você escreveu? Por quê?
SA: Até o momento, A Vila dos Pecados (publicado), porque se passa no final do século XIX e eu tive que fazer muitas pesquisas para não ter nenhum furo e Memórias de um Assassino (ainda sem data de publicação, em andamento), porque eu precisei incorporar um serial killer para trazer veracidade às informações (não que eu tenha matado alguém, pelo amor de Deus (risos)) e estudar muito.
PEC: Você está trabalhando em um novo projeto? Qual? Você pode nos contar um pouco sobre ele?
SA: São tantos (risos). Bem, acabei de escrever Pelo sangue que nos une, um suspense/terror que será lançado no começo de 2018, como já citei. Estou escrevendo Memórias de um assassino, que deve ser lançado no final de 2018 ou começo de 2019, estou em um projeto com a Ge Benjamin de um romance / drama que se passará na época da segunda guerra mundial, tenho um projeto de terror com o Jhefferson Passos, onde nos hospedaremos em Paranapiacaba para criar uma história em que seremos escritores e personagens e um projeto com o Jonas Vendrame onde eu sou a mente assassina e ele, com o personagem de seu primeiro livro, Chris Sullyvan, vai tentar desvendar o rastro de morte que deixarei pelo caminho. Além disso há participação em concursos e antologias. Ufa!
PEC: Deixe o seu recado para os leitores do Projeto Escrita Criativa.
SA: Queridos leitores, sinto-me honrada por vocês terem chegado até aqui e se interessado por essa entrevista. Obrigada aos que me acompanham, porque sem vocês nós, escritores, não somos nada.
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